O professor de História Carlos Eduardo Meira Batista, conhecido como Kadu, de 29 anos, natural de Brumado (BA), faleceu no domingo (31) após sofrer um infarto em Recursolândia (TO), onde atuava na rede estadual de ensino. Recentemente efetivado na Secretaria da Educação do Tocantins (Seduc), ele lecionava na Escola Estadual Recurso I desde janeiro de 2024. Colegas e amigos relatam que Kadu havia protocolado ao menos três pedidos de remoção, anexando laudos médicos que indicavam necessidade de tratamento em outra localidade. O primeiro pedido foi negado por ainda estar em estágio probatório, enquanto o segundo havia sido aceito, mas a publicação estava prevista apenas para segunda-feira (1º), um dia após sua morte.
Relatos indicam que o professor enfrentava assédio por parte de colegas e bullying por estudantes, chegando a sofrer ataques físicos simbólicos, como bolinhas de papel com pedras. Amigos afirmam que ele passou a usar três medicamentos de tarja preta devido à pressão e ao estresse no ambiente escolar. “Era um cara super inteligente e dedicado. Muito poesia em um lugar onde as pessoas não sabiam ler”, disse um colega.
O corpo será trasladado para Brumado (BA), cidade natal do professor, onde será sepultado. Sem cobertura de plano funerário, familiares e amigos iniciaram uma campanha de arrecadação de R$ 11.700 para custear translado, salão funerário e sepultamento. As doações podem ser feitas via Pix: 77999576323, em nome de Natália Santos Franco, mãe do filho de Kadu.
O prefeito de Recursolândia, Vinícius Barbosa, publicou nota de pesar manifestando solidariedade à família, colegas e alunos. Nas redes sociais, ex-alunos e professores também prestaram homenagens, lembrando a dedicação de Kadu ao ensino e sua paixão pela História.
A Seduc lamentou a morte do professor e informou que o primeiro pedido de remoção foi negado com base na Lei Estadual nº 1.818/2007 e na Instrução Normativa Geral nº 02/2015, que impedem remoções de servidores em estágio probatório, salvo decisão judicial. O segundo pedido havia sido aprovado, mas o resultado só seria publicado pela Casa Civil no dia seguinte ao falecimento. A secretaria não se manifestou sobre as denúncias de assédio e bullying sofridas pelo educador.