
O ex-prefeito de Poções, Otto Wagner Magalhães, foi preso na manhã desta quinta-feira (23) em flagrante por porte ilegal de arma de fogo durante uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), no sudoeste da Bahia. A ação tem como objetivo investigar um suposto esquema de desvio e lavagem de recursos públicos federais destinados à administração municipal.
Otto Wagner, que é casado com a atual prefeita de Poções, Dona Nilda (PCdoB), também figura entre os investigados. Segundo a PF, o prejuízo estimado aos cofres públicos ultrapassa R$ 12 milhões, referentes a irregularidades ocorridas entre 2021 e 2023, período em que o ex-gestor ocupava o cargo de chefe de gabinete da Prefeitura.
Magalhães já havia comandado o Executivo municipal entre 2013 e 2016 e, em agosto deste ano, foi condenado por improbidade administrativa em outro processo. A sentença determinou o ressarcimento de R$ 2,8 milhões ao município, multa de igual valor, perda de cargo público, suspensão dos direitos políticos e proibição de firmar contratos com órgãos públicos por oito anos. A condenação se refere a autorizações irregulares de pagamentos sem aval da Câmara de Vereadores, totalizando pelo menos 196 transferências indevidas.
Na ação desta quinta-feira, a PF cumpre 25 mandados de busca e apreensão nos municípios de Poções, Encruzilhada, Barreiras e Vitória da Conquista. As investigações apontam irregularidades em contratos de terceirização de mão de obra financiados com recursos do Fundeb, SUS e FNAS, incluindo falta de estudos técnicos, pesquisa de preços inadequada, majoração indevida de valores contratuais e prestação fictícia de serviços.
No mesmo dia, em Salvador, a Polícia Civil cumpriu mais de 30 mandados relacionados a Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) durante a Operação Impacto, abrangendo homicídios, lesões corporais seguidas de morte e latrocínios. Segundo o Anuário de Segurança Pública, a Bahia é o segundo estado mais violento do Brasil, com taxa de 40,6 mortes por 100 mil habitantes, atrás apenas do Amapá.