O Dia do Médico de Tráfego e os 45 anos da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) foram celebrados pelo Senado nesta terça-feira (19) com uma sessão especial. O evento foi conduzido pelo senador Dr. Hiran (PP-RR), que é o presidente da Frente Parlamentar da Medicina.
A homenagem também contou com a presença de vários parlamentares, representantes de entidades médicas e especialistas em segurança viária.
Hiran destacou a contribuição da Abramet para a saúde pública e para a preservação de vidas no trânsito brasileiro. O senador lembrou que, em 2023, foram registradas 34 mil mortes em acidentes de trânsito e, em 2024, mais de 227 mil internações hospitalares.
— O trabalho do médico de tráfego é um trabalho de prevenção, de proteção e de cuidado. É o olhar clínico que identifica riscos antes de se transformarem em tragédia — afirmou.
O deputado federal Hugo Leal (PSD-RJ), autor do projeto que deu origem à Lei Seca , reconheceu a participação da Abramet na formulação dessa norma.
— Se há um autor da Lei Seca, a coautoria, a coparticipação, no que se refere à fundamentação científico-jurídica, é da Abramet. Se a lei se consolidou e permanece até hoje, é porque tem a ação e o fundamento da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego — declarou o deputado.
O presidente da Abramet, Antonio Edson Souza Meira Júnior, ressaltou que a entidade reúne hoje mais de 8 mil especialistas.
— A obrigatoriedade do título de especialista em medicina do tráfego para a realização do exame de aptidão física e mental foi um reconhecimento inédito, que assegura à sociedade que esse ato médico será exercido apenas por médicos qualificados — disse.
O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran da Silva Gallo, lembrou que o Brasil ocupa o terceiro lugar mundial em número de vítimas no trânsito, atrás apenas da Índia e da China.
— As estimativas falam de pelo menos 92 mortes no trânsito diariamente, um óbito a cada 15 minutos. Esse é um quadro que poderia ser ainda pior se não fosse o trabalho silencioso da Abramet e dos médicos do tráfego — afirmou.
Representando a Associação Médica Brasileira, Francileide Paes destacou a atuação da categoria. Ela é a presidente da Associação Médica de Brasília.
— Vocês médicos do tráfego [dirigindo-se aos profissionais da categoria que estavam presentes na sessão] são os guardiões invisíveis que, por meio de diagnósticos, orientações e pesquisa, salvam vidas antes mesmo que os acidentes aconteçam — enfatizou ela.
O senador Eduardo Gomes (PL-TO), vice-presidente da Casa, também ressaltou a relevância dessa categoria.
— Vivemos um tempo de mudanças tecnológicas, mas há algo que não pode ser substituído: a visão do médico, do profissional que tem a sensibilidade de discernir a individualidade de cada cidadão. Essa qualidade é vital para a segurança no trânsito — afirmou.
O deputado federal Juscelino Filho (União-MA), relator da reforma do Código de Trânsito na Câmara dos Deputados, salientou a importância da Abramet.
— Pensamos sempre na segurança no trânsito em primeiro lugar, pensando sempre em salvar vidas, que é o ponto mais importante do trabalho de todos os envolvidos nessa agenda — disse.
Também houve, durante a sessão, homenagens a pioneiros da medicina de tráfego, como Hilário Veiga de Carvalho e Flavio Adura, e à Abramet por sua atuação na formulação de políticas públicas.
Vinícius Gonçalves, sob supervisão de Patrícia Oliveira